Amando um Paki man .... parte III

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Oie meninasssss... eu eu por aqui novamente com a continuação..... rsrs sei que é ruim ficar esperando..... hihih

Então vamos ao que interessa....

A decisão de casar quando lá chegasse foi feita a partir de cá. Isto porque não quis alongar esse relacionamento pela net, quero meu pak rápido comigo no meu país a viver um verdadeiro relacionamento, porque a vida são dois dias, sempre fui decidida e procuro ter uma vida realizada. Se foi precipitado ou não, não sei e nem me interessa, o que vale é que de momento estou muito feliz e nada arrependida. Cada passo que dou, apesar da rapidez é muito bem pensado, e tenho a vida e os nossos planos muito bem organizados. Obviamente em tudo na vida é preciso sorte...porque pra dar errado pode acontecer em todo o lado, mesmo nos relacionamentos de cá, que muito sinceramente na minha opinião são uma desgraça, e infelizmente ando rodeada de muitoosss divórcios, relacionamentos do tipo fast food, etc... E no final acabamos por ser o produto daquilo que nos rodeia. Agora acho que vocês entendem um pouco mais do que vai na minha cabeça e o porquê das minhas decisões.
Por outro lado, estar lá em caso amoroso sem ser casado não é bem visto pela família e amigos.


Casei-me 3 dias depois da minha chegada. Este foi o casamento legal, chamado Nikah. A cerimónia teve lugar no hotel onde estávamos alojados.
Nesse dia eu e meu amor nos preparamos no quarto, como a cerimónia seria coisa simples, meu vestido foi um daqueles que eu comprei nos dias anteriores. Escolhi o mais bonito, vesti-o, maquiei-me e esperamos pelos convidados. Entretanto meu pak providenciou mais cadeiras, alguns petiscos e bebidas. Começaram a chegar as meninas. Finalmente comecei a conhecer mulheres :) Elas eram vizinhas do meu amor e irmãs dos seus amigos. Enquanto esperávamos pelo molvi e advogado, nós meninas ficamos no quarto a conversar e os rapazes ficaram lá fora.

Nesse casamento, recebi alguns presentes (colares e pulseiras) e flores (rosas vermelhas). Ao fim de um tempo, o molvi e o advogado chegaram. Deram então início à cerimónia. Já não me lembro bem da ordem das coisas, mas acho que primeiro ele recitou algo no Corão, depois fez umas perguntas ao meu pak e depois a mim. Eu só tinha que dizer 'Yes', não percebia nada!! eheh Assinamos os papéis, e depois tivemos que recitar um pouco do Corão em árabe claro, que outra vez não percebi nada!!! Fiz figura um pouco triste ehehe mas dei o meu melhor! Por fim, ele pôs-me um cordão de flores ao pescoço e eu a ele. Depois foi a altura da sessão das fotos.

No fim de tudo, tivemos um jantar no restaurante chinês que fica mesmo em baixo do hotel. O restaurante é bom, também ao nível dos nossos. Adoro comida chinesa, estava deliciosa, por isso ficou tudo aprovado.

Após o dia do nosso casamento, ficamos mais uns 2dias em Islamabad. Depois foi tempo de viajar até à vila dele no norte do Paquistão, conhecer os pais, restante família, e celebrar o casamento tradicional.


Partimos de manhã para a cidade de Gilgit no norte do país na PIA Airlines. Os aviões eram daqueles mais pequenos, o voo correu bem.
Chegamos lá e tínhamos uns familiares à espera. Já estava avisada que teria gente nos esperando, só não esperava a grande recepção que nos aguardava à porta de casa...
Fomos de carro de Gilgit para a aldeia dele. Encontrei estradas tortuosas, mercados apinhados de homens, mais à frente as estradas eram megas perigosas, só rezava para que o condutor (um dos primos) tivesse de olho bem aberto e não se distrair com o carro!! Pra chegar à vila tivemos que atravessar uma ponte que balançava, à primeira vista parecia ser só de madeira, mas naturalmente teria de haver aço pra aguentar a passagem dos carros, que tinham de ir praticamente um de cada vez, pois a estrutura era fraca. Outra vez achei aquilo mega perigoso, rezando pra que a ponte não caísse!!!! Só pensava que minha vida estava completamente nas mãos de Deus!!!

Cheguei à aldeia dele através de caminhos de terra tortuosos que dão náuseas. Mal chegamos, a família superrrrrrr extensa grande e sei lá mais o quê! à nossa espera. Saímos do carro, puseram cordão de flores naturais no nosso pescoço, os portões da casa abrem-se e vejo montessssss de crianças, parecia um infantário!!! Mas não...eram família. Não sou nada chegada a crianças!!! Só pensava 'Ah isso não vai correr bem'!! Mal entramos pelo portão tivemos que cortar uma fita, tal como acontece nas inaugurações, e atiraram-nos pétalas de flores à nossa passagem. Tiraram fotos, e depois a api (avó dele), o membro mais velho da família muitoooo respeitado por lá!! disse uma reza e pôs farinha nos nossos ombros antes de entrarmos em casa e servirem-nos o chá e o almoço. Conheci mamaji (mãe dele), babo (pai dele), as irmãs, alguns chachas (tios), algumas chachis (tias) e alguns baijans (primos) e primas na minha chegada. Estavam todos muito felizes e receberam-me como uma rainha. Eu de novo extremamente atrapalhada e em mode off... só olhava pra tudo aquilo e sorria, pensando como iria sobreviver nos próximos dias...
A aldeia estava a ter problemas com condutas (como é normal por lá), e por isso não havia nem água nem luz por algumas semanas. Tinha voltado ao tempo da minha trisavó.

Antes de partirmos, ainda em Islamabad, eu pergunto ao meu amor o que vestir. Ele disse que jeans era ok se eu quissesse, pois estava mais habituada. Eu tonta indo pela cabeça dele fui de jeans. Chegando lá, obviamente iria viver como eles, não fazia sentido estar de jeans. Lá as mulheres locais não podem vestir isso.
Depois do almoço, troquei de roupa pois não me estava sentindo bem com aquilo!! Vocês nem imaginam como avó dele ficou contente quando me viu de roupa paquistanesa!!! ehehe No fim dei sermão ao meu amor pois ele já deveria saber como eu deveria vestir!! grgr

Durante a tarde fui figura decorativa, recebendo convidados que vinham pra me ver...e eu só sorria, de vez em quando falava com algum que falava inglês. Fiquei aborrecida à brava... E outro problema, é que meu pak de vez quando tinha de ir pra outro lugar pra falar com os familiares homens, ou seja, afastava-se de mim, e eu mais aborrecida ficava. Tempos a tempos eles perguntavam se eu estava bem, se eu queria ou precisava de algo. Sim!!! Eu precisava de sair dali e ir pra um canto sozinha longe de tanta gente e tanta criança.

Pensei que queria casar rápido e ir bem rápido embora, pois ali não era lugar pra mim. Deus me perdoe!!! Não sou ingrata, eles me receberam e trataram super bem, só que eu não estava no meu meio...
Mas isso era o que eu pensava!!!! Fiquei lá 2 semanas ehehhe pra mal dos meus pecados :P

Nossa..... como eu fico imaginando..... se viesse acontecer..... eu na vila de jan.... com todas aquelas crianças... e todos os idosos.. ao meu redor..... acho que n ficaria mais feliz......

Tantas coisas por essa mente insana passam ...... mais como na vida real nda é tão perfeito.... Hoje temos a Mia.... e tantas outras como exemplo... de que devemos sim... sonhar, almejar, desejar... mas sempre com os pés bem fincados no chão... levando em consideração os prós e os contras de viver um relação inter-cultural e o que vem junto com o amor da vida de vocês... Familia.... tios, primos, tias, primas e muitas... mais muitas crianças... rsrsrsr



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