Violência como Resposta a Frustração

sábado, 7 de novembro de 2009


Estudando um pouco de psicanálise que uso como auxilio de compreenção em vários apectos de minhas vivências profissionais e  pessoais, li um texto surper interessante de Lauro de Oliveira Lima que faz um apanhado nas pesquisas cientificas de Piaget.
Eu como sou apaixonada por tudo que o Mestre Piaget escreve vim dividir com voces esse texto que dá sentido a muitas coisas que tem acontecido em nossa sociedade.


A imitação, no ser humano, só funciona quando o modelo presente do imitador corresponde a uma boa solução para a necessidade presente do imitador , isto é, se o modelo a ser imitado não é dissonante da estrutura global do comportamento do provável imitador.
A propaganda de cigarros não atinge o não fumante, salvo se fumar torna-se uma boa solução para o problema que o não-fumante está enfrentando na ocasião. Aliás essa forma de relação é geral: só assimilamos  ou encorporamos do meio ambiente aquilo que corresponde a necessidade do organismo, isto é, segundo a forma de agir do próprio organismo. Os estímulos que não correspondem a nossa estrutura de comportamento não existem. De outra forma seriamos como massa plástica nas mãos de crianças: os esímulos fariam de nós o que bem quisessem... Não existiria o  próprio organismo.
É por isso que "só imitamos o que compreendemos" J. Piaget.
O classe-média não presta atenção a propaganda de automóveis de luxo, ao passo que é, extremamente sensível ao Fiat e ao Volkswagem: só os estímulos que correspondem as nossas necessidades nos atingem.
Assim é o organismo ou a mente que decide se determinado objeto ou menssagem é um estímulo.
Nenhum animal, inclusive o homem, é violento, salvo se, profundamente frustrado em seus objetivos. É a frustração que gera a violência (a falta de status, por ex. pode ser profunda frustração para o ser humano). Depois de aprendida a violência (ou melhor, depois de descoberta ou inventada), segue o curso multiplicador, reação em cadeia, na medida em que parece resolver problemas, podendo, então, tornar-se gratuita (violência pela violência). A violência aplica risco para seu utilizador. Ora a tendência geral  é a  "lei do menor esforço" para obter resultados de outra forma, a violêcia inicial do selvagem não seria jamis superada. Seria modelo permanente para as novas gerações.
As profundas diferenças de distribuição de renda e o aumento das possibilidades de conforto devem ser estímulo brutal ao uso da violência. Na medida em que sobem, exponencialmente, os crimes de roubo, diminui, em toda parte, a violência  "de sangue" aque predominava anteriormente.
Deste modo, os meios imagéticos (meios de comunicação em massa) só tem influencia quando correspondem  à solução já buscada pelo espectador.
Se quizermos acabar com a violencia ativa ou latente (a frustração pode aniquilar o individuo carente a tal ponto que não possa assumir a violência: esse é o papel do "salário mínimo"), devemos organizar a sociedade de tal forma que haja possibilidade de cada um, mediante a meios pacificos, realizar seus desejos razoáveis.
Discutir se é a televisão ou o cinema que geram violência é mera diversão para não se ter que enfrentar o problema verdadeiro.
A diferença progressiva entre extrema riquesa e extrema pobreza é que é a fonte verdaderia de violência, sendo a pobreza tanta que inabilata o pobre para reação.
Porque a classe média é mais pacífica? Precisamente, porque tem a sensação diariamente de que está conquistando posições, sussecivamente, mais altas. A mudança de tipo de carro e tipo de apartamento  é o sinal concreto da eficiência  do processo em que está envolvida. Por que não ser violenta? O cimena e a televisão não funcionam como modelo, mas como referencia do posso que se cava, diarimente entre  uma classe privilegiada e outra condenada a não ter oportunidade. Mas, mesmo assim, temos visto, através da história, profundas diferenças socio-economicas que não produzem revolta e sim violência.
O aumento da violência pode resultar da eficiencia do processo de doutrinação para a conformação "se não à justiça após a morte temos que obter aqui e agora". O fato é que todo homem violento alega sempre que está fazendo justiça, a começar pela violencia oficial. Todo ato de violência responde a uma ameaça real ou fictícia ao espaço vital.
                                                                                                  
Lauro de Oliveira Lima


Para mim já era nítido que o nosso sistema capitalista é o responsável por tanta violência.
E em tempos reais nosso maior problema é a violência gerada pelo tráfico, que ao meu ver são além de foras da lei , vítimas do querer ter e não poder, que nosso sistema esfrega 24 hs por dia na face de todos, lógico que cada um em sua classe com seus desejos.
O problema não é desejar, e sim o querer ter a qualquer custo. Até o status alcançado de poder e sexo no seio de uma comunidade é puro e simples desejo de competir com quem também usufrui disso mas por outros meios que não infrigem lei alguma.

Fica uma pergunta de quem é a culpa?
Dos nossos veículos de informação, que se vendem aos lucros de divulgação de bens de consumo, ou dos orgãos públicos que também se vendem e compram esses bens?